Análise da utilização do Módulo Zelo profissional de saúde por médicos na assistência à saúde de pessoas idosas dependentes de cuidados

Resumo: INTRODUÇÃO: Nos próximos anos a população idosa passará a constituir o grupo
etário em maior crescimento na população brasileira, sendo uma parcela importante
dessa população dependente de auxílio de terceiros para realizar suas atividades da
vida diária. Portanto, é mister que haja soluções que visem melhorar a assistência à
saúde e a qualidade de vida dessa população cada vez mais representativa. Assim, o
presente estudo busca avaliar a aplicação da Plataforma Zelo Saúde, uma tecnologia
eHealth, por profissionais médicos na assistência prestada aos idosos dependentes
de cuidados e a interação com seus cuidadores na gestão e prestação de cuidados
de saúde à essa população. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa quaseexperimental, realizada com 41 casos (profissional de saúde, cuidador/familiar de
pessoa idosa dependente e idoso dependente de cuidados) em uso da Plataforma
Zelo Saúde para prestação de cuidados, sendo realizado a análise de dados obtidos
por meio de questionários pré uso, de monitoramento e pós uso, entrevistas com os
profissionais e do banco de dados do ‘back end’ da plataforma. RESULTADOS:
Médicos fizeram uso de uma média semanal 102 de minutos da PZS, apresentando
boa curva de aprendizado, já estando sem dúvidas quanto ao uso ao final do estudo,
e concluíram em sua maioria que a plataforma continha informações claras e eficazes
no cuidado da pessoa idosa dependente, bem como conseguiriam implementa-la na
sua rotina de cuidados e indicariam ela a seus colegas. CONCLUSÃO:A presente
pesquisa concluiu que na avaliação de médicos, a plataforma Zelo Saúde trata-se de
uma tecnologia em saúde aplicável por profissionais médicos no seguimento de seus
pacientes idosos dependentes de cuidados, ao passo que tem seus cuidadores como
importantes aliados, emponderando-os, capacitando-os com orientações claras e
mantendo constante trocas remotas sobre o estado de saúde da pessoa idosas

Dr. Google e a porta de entrada do SUS: novas relações médico-paciente na estratégia saúde da família

Resumo: No oceano de informações da internet está o Google, onde acontece uma a cada vinte buscas sobre saúde no Brasil. O acesso a esse conhecimento chega a pacientes ávidos por saber o que se passa com sua própria saúde. Com o intuito de compreender como essa nova realidade tecnológica influencia a relação médico-paciente, foram escutados médicos e usuários da Estratégia Saúde da Família (ESF), a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, que por sua proposta de promoção e prevenção da saúde permite uma aproximação maior. A pesquisa foi desenvolvida no contexto da ESF do município de Eusébio, que possui as Equipes de Saúde da Família (EqSF) bem estruturadas. Optou-se por uma metodologia de abordagem qualitativa, exploratória e transversal. Como ponto de partida, realizou-se uma revisão bibliográfica envolvendo cinco temas geradores: Comunicação em Saúde, Estratégia Saúde da Família, Relações médico-paciente, Saúde Digital e Fake News. Na etapa de campo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com médicos que compõem as EqSF e grupos focais abrangendo usuários de três territórios. A análise do conteúdo foi ancorada nas temáticas: acesso à informação, habilidades de comunicação e uso da informação. A pesquisa apontou que pacientes buscam a internet a partir da manifestação dos primeiros sintomas. Também após a consulta médica continuam pesquisando, caso restem dúvidas sobre o diagnóstico e tratamento. Os pacientes anseiam ser atores do processo de cuidado em saúde e ter a oportunidade de dialogar com o médico, durante a consulta, sobre suas descobertas no Google. Os médicos concordam com a pesquisa, desde que a validação seja do profissional. Consideram o “Dr. Google” hora como vilão, quando induz à automedicação e aumenta a ansiedade; hora como aliado, quando é fonte de atualização e conhecimento qualificado. Observou-se que a qualidade da comunicação estabelecida entre médico e paciente interfere no componente relacional de confiança, reduzindo as consultas à internet. Conclui-se que a influência da plataforma de internet Google no relacionamento médico-paciente pode ser otimizada com investimento na educação em saúde. Pacientes que precisam ser orientados sobre os riscos e benefícios de buscar informações sobre saúde na internet e médicos que carecem de formação continuada, desde a graduação até durante a rotina profissional, visto que atuam como educadores em saúde e deles é esperada uma postura de mediador em uma equipe de cuidado compartilhado.