Diversidade de olhares : desvendando os sentidos instituintes do SUS no sistema municipal de saúde de Fortaleza
Resumo: A presente dissertação analisa as percepções dos profissionais de Saúde sobre o que consideram processos instituintes do SUS, no Sistema Municipal de Saúde de Fortaleza, Ceará, no período de 2005 a 2007. Identifica e analisa, ainda, as percepções dos profissionais de Saúde sobre a sua atuação nos processos considerados instituintes do SUS, como também, apresenta as ações propostas pelos profissionais para fortalecer o SUS em Fortaleza. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa que tem como base teórica: as concepções do Movimento Institucionalista sobre sociedade, com centralidade nas categorias do instituinte e do instituído, a luz de Gregório Baremblitt; os pensamentos de autores sanitaristas, destacando Gastão Wagner de Sousa Campos e Emerson Elias Merhy e a legislação do SUS. As informações para análise foram construídas por meio da revisão documental do Programa de Governo “Por uma Fortaleza Bela” – referente à gestão governamental 2005/2008 e dos Relatórios de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde dos anos de 2005, 2006 e 2007. Utilizou-se, também, da técnica de grupo focal, tendo sido realizados dois grupos focais com profissionais de Saúde do Sistema Municipal de Saúde, sendo um com participantes graduados, realizado em outubro de 2008, com oito participantes e, outro, com dez profissionais de nível médio, em novembro de 2008. Como método de análise fez-se o uso da Análise de Conteúdo com a técnica da Análise Temática. As categorias temáticas trabalhadas foram: processo de trabalho em saúde; gestão do trabalho; acolhimento; gestão participativa e controle social. Os principais achados do estudo foram: convivência dialética das forças instituintes com o instituído no espaço da gestão do cotidiano em saúde; identificação do potencial instituinte do SUS nos processos de trabalho pertinentes a Estratégia Saúde da Família e a rede assistencial de Saúde Mental; reconhecimento do acolhimento como dispositivo instituinte transversal às diversas redes assistenciais do Sistema; desenvolvimento da Roda de Gestão com limitações em seu potencial instituinte para a co-gestão de coletivos.