Nesta quinta-feira, 20 de maio, a Câmara de Educação, Informação e Comunicação teve como pauta de sua reunião quinzenal os caminhos e desafios percorridos na implantação do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF). A coordenadora do Programa na Fiocruz, Anya Pimentel, apresentou o tema.

Foi por meio da RENASF que nasceu o Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família, o qual oferta o Mestrado e Doutorado Profissional em Saúde da Família, dedicado exclusivamente aos profissionais de diferentes formações que já atuam na Atenção Primária à Saúde.

Criada em 2009, a RENASF tem como finalidade fomentar a pesquisa e o ensino do tema de Saúde da Família. Dedica-se à produção de conhecimento e desenvolvimento de atividades de ensino em nível de pós-graduação. Atualmente os trabalhos da Rede são desenvolvidos por meio de articulações institucionais com colaboração ativa de 29 entidades partícipes, localizadas em sete estados diferentes, sendo seis estados da região nordeste (AL, CE, MA, PB, PI e RN) e um estado da região norte (AC) do Brasil. “Este programa se inspirou fortemente a experiência do RENORBIO. Duas pessoas importantíssimas para o nascimento dessa Rede foram Odorico Monteiro e o Carlile Lavor”, citou Anya.

Com mais de 400 mestres formados e iniciando o processo seletivo para a 1ª turma de doutorado, o Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família tem como público alvo médicos, enfermeiros, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e farmacêuticos.

Centrado na aprendizagem, o Programa enfatiza a concepção da educação enquanto processo dinâmico, construtivo socialmente e centrado no sujeito de aprendizagem. Utiliza também estratégias pedagógicas de metodologias ativas que identificam o aluno como centro do processo formativo e principal responsável pelo seu aprendizado. Estudo de problemas reais dos territórios de saúde e problematização dos contextos configuram a metodologia. “O Mestrado em Saúde da Família tem a potência de transformar trabalhadores em sujeitos, politicamente, eticamente e tecnicamente preparados para cuidar melhor das pessoas. Nós sabemos que a educação deve ser libertadora para que o protagonismo seja assumido por quem está no território. A troca de saberes tem possibilitado fomentar a transformação dos espaços em que eles estão inseridos, por isso continuamos na militância do SUS por uma política de educação permanente que veja no sujeito trabalhador essa condição que emancipados nós consigamos de fato continuar com o sistema ativo como a nossa população merece“, disse a enfermeira e professora do Mestrado, Rocineide Ferreira.

No que diz respeito à Atenção e Gestão do Cuidado em Saúde, compreende a formulação e desenvolvimento de investigações que enfoquem a elaboração, a implantação e a avaliação de iniciativas de políticas de atenção e gestão do cuidado, no contexto da Estratégia Saúde da Família, no sentido da humanização, integralidade e participação popular.

Fiocruz Ceará e a Saúde da Família

A Fiocruz Ceará também participa do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE), um Programa de pós-graduação stricto sensu em Saúde da Família, apresentado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e aprovado em 2016. É oferecido de forma remota por uma rede nacional constituída de 27 instituições de ensino superior lideradas pela Fiocruz. O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação são instituições financiadoras deste projeto.

As instituições de Ensino Superior que integram a Rede Nacional do PROFSAUDE são denominadas instituições associadas, e responsáveis pela execução do curso ofertado para médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos de enfermagem e técnicos em saúde bucal.

A Fiocruz Ceará desenvolve, ainda, diversas pesquisas que buscam avaliar a Atenção Primária à Saúde. São estudos que investigam, por exemplo, “a atuação das equipes da Estratégia Saúde da Família em territórios que sofrem impacto de grandes empreendimentos industriais; as práticas profissionais e outros aspectos específicos na rotina da atenção primária; a influência de programas como o Mais Médicos e o Bolsa Família no bem-estar da população”.

Outra frente de atuação no campo da Saúde da Família está inserida no projeto de “municípios-laboratório”. O objetivo é realizar pesquisas aplicadas e implantar novos métodos, processos e tecnologias no campo da saúde. O projeto também estimula a divulgação e o compartilhamento de experiências bem-sucedidas, fazendo com que estas sejam replicadas em outras regiões.

O impacto das ações da ESF é decisivo para a qualidade da saúde no estado, que sofre com a estiagem e tem cerca de 75% de sua população dependente exclusivamente do SUS. O Ceará é pioneiro no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e no Programa Saúde da Família (PSF). A cobertura estadual deste saltou de 17,95%, em 1998, para 80,59% em setembro de 2016.

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Por Liz Siqueira

Fonte: Arquivo Pessoal

Fonte: Arquivo Pessoal

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