Capacete Elmo reduz em 60% necessidade de internação em leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)
9 de março de 2021
O equipamento tecnológico que está salvando vidas das vítimas de Covid-19 é genuinamente cearense. Elmo, o capacete de respiração assistida, surgiu como um novo passo para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda por Covid-19. A Câmara de Inovação, Produção e Empreendedorismo da Fiocruz Ceará recebeu, dia 10 de março, o superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e idealizador do Elmo, Marcelo Alcantara.
O coordenador da Câmara, Odorico Monteiro, tratou do incentivo à figura do cientista-empreendedor no ramo da inovação em saúde. “É importantíssimo nós reforçarmos o papel do Estado na inovação. O Ceará está criando um legado impecável, o Elmo é prova disso”, afirmou o Monteiro
Acomodado ao pescoço do paciente, hermeticamente fechado por um colar macio, o Elmo permite ofertar oxigênio a uma pressão definida ao redor da face. Além de não haver necessidade de intubação e com total proteção aos profissionais de saúde. Dentro do capacete, se consegue zerar a taxa de CO2, o que permite oxigenação pura e uma melhora de 80 a 90% na primeira hora de uso.
Os pacientes escolhidos para testar o capacete Elmo tinham entre 37 e 76 anos e apresentavam comprometimento pulmonare comorbidades. Os testes clínicos realizados com o equipamento mostraram que o uso do capacete pode diminuir em 60% a necessidade de internações em leitos de UTI. Além de evitar a intubação, o Elmo traz, segundo Marcelo Alcântara, “mais segurança para os profissionais de saúde que estavam sendo infectados durante o processo de troca de máscaras de oxigenação”.
Em outubro de 2020, o Elmo recebeu autorização da Anvisa para ser fabricado e comercializado. Desde dezembro, mais de 500 capacetes já foram produzidos e doados para hospitais cearenses, em uma parceria entre a FIEC e a Esmaltec, que ficou responsável pela produção em larga escala.
“O Elmo é um case de inovação. É uma ideia implementada com êxito. A inovação em saúde é fantástica. Nesse processo nós não estamos desenhando só o enfrentamento à pandemia atual”, ressaltou Marcelo Alcântara, explicando que pacientes com outras doenças, como pneumonia, também podem ser beneficiados pelo uso do capacete.
Durante o mês de fevereiro, equipes multiprofissionais das unidades foram treinadas para implantar os protocolos de uso do Elmo em pacientes que recebem a indicação para o tratamento. No total, a Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE) treinou mais de 650 médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e engenheiros clínicos para uso do dispositivo, número superior à meta de treinar 285 profissionais em três meses. Atualmente, esse treinamento está disponível por meio de um simulador online.
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) recebeu, em doações, 1.967 unidades do capacete Elmo para distribuir à rede pública de saúde. Em janeiro do ano passado, o Governo do Ceará doou também 65 unidades do dispositivo para o Governo do Amazonas e quarenta ao do Maranhão, em uma ação solidária que repercutiu nacionalmente.
Após articulação da Secretaria da Fazenda, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou, por unanimidade, com abrangência em todo o território brasileiro, proposta do Governo do Ceará para isentar de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) o capacete de respiração assistida Elmo. A decisão foi tomada no fim de fevereiro em reunião do Conselho, que reúne secretários da Fazenda dos estados e do Distrito Federal.
“O Elmo, além de toda sua excelência no tratamento das vítimas do vírus, é muito importante também para os nossos pesquisadores. A ideia de estimular a inovação na saúde torna-se fundamental no período que estamos vivendo. A sua colaboração é imprescindível para nós”, falou o coordenador da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor.
Odorico propôs ao superintendente a criação de uma Câmara Estadual de apoio às startups do ecossistema de inovação em saúde na ESP/CE. “Vejo como necessária criação desse conjunto, visto que o Ceará tem grande potencial de crescimento no ramo da inovação. Seria interessante apoiar e acompanhar essas startups da área da saúde., encerrou o coordenador.
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