Experiências de crianças e adolescentes comunicando sua dor a profissionais de saúde
06 de janeiro de 2023
Como crianças e adolescentes comunicam sua dor
Estudo realizado em centros especializados em reumatologia pediátrica no Reino Unido apresenta aspectos relevantes sobre a comunicação de dor de crianças e adolescentes com profissionais de saúde. Por meio de entrevistas telefônicas semiestruturadas, 26 crianças e adolescentes (6 e 18 anos) com diagnóstico de artrite idiopática juvenil, síndromes de dor idiopática crônica ou síndrome de Ehlers Danlos, relataram suas experiências em comunicar sua dor a profissionais de saúde. As entrevistas foram realizadas em 2021, momento em que as diretrizes de distanciamento social estavam em vigor, objetivando explorar as experiências de comunicação da dor de crianças e adolescentes no contexto de consultas de reumatologia pediátrica.
Os participantes relataram que tinham contato mais frequente com reumatologistas (69,23%) e era com eles que tinham maior probabilidade de falar sobre sua dor (53,85%). Os temas foram abordados em quatro dimensões e os relatos mais frequentes foram: 1) comunicação da dor – os participantes relataram sua expectativa de comunicar a dor; sobre o papel do relato de dor pelos pais; sobre a adequação dos métodos e perguntas específicas sobre dor. 2) Barreiras à comunicação da dor: participantes relataram dificuldades em encontrar a termologia para expressar a dor, e que sentir-se nervoso, assustado e/ou sobrecarregado, dificulta sua comunicação da dor. 3) Facilitadores da comunicação da dor – os participantes relataram que conversas informais, sentimento de segurança, cuidado e familiaridade facilitam sua comunicação em dor e o gerenciamento do impacto emocional da dor; 4) Insatisfação com a comunicação da dor – participantes relataram dificuldade para interpretar os conselhos sobre dor, e raiva com as explicações dos profissionais de saúde sobre o manejo da dor.
O estudo evidencia aspectos relevantes sobre a comunicação de dor por crianças e adolescentes, que podem guiar os profissionais de saúde pediátricos para melhor compreender e manejar a dor desses pacientes. Algumas recomendações simples como perguntar sobre a dor em todas as consultas, permitir que a criança/adolescente se acomode na consulta antes de começar a fazer perguntas especificas sobre dor, e criar um ambiente tranquilo e de confiança, podem ser aliados importantes na comunicação de dor por crianças e adolescentes.
Fonte: Rebecca Lucena Theophilo / 06 de janeiro de 2023
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