Pesquisadores integrantes do LARIISA publicam artigo sobre Medicina de Família e Comunidade

17 de outubro de 2020

Fonte: Arquivo Pessoal

Os pesquisadores do grupo LARIISA Saúde Digital publicaram mais um artigo científico em periódico de excelência nacional. A revista Interface Comunicação, Saúde e Educação, que possui classificação Qualis B1, uma das mais elevadas segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) publicou o artigo “Como se relacionam o escopo de práticas profissionais, a formação e a titulação de médicos de Família e Comunidade?”. A pesquisa integra a análise do Campo e Escopo de Práticas dos Profissionais da Estratégia Saúde da Família (CAMPESF). Nesta esfera, a análise da prática dos médicos atuantes na ESF de Fortaleza e sua relação com a formação e titulação em Medicina de Família e Comunidade (MFC).

A pesquisa foi feita por meio de entrevistas e formulários apresentados a população e teve como objetivo principal observar a capacidade que um profissional de medicina, residente em MFC, tem de atender os pacientes apenas com os conhecimentos adquiridos na Residência. A importância da graduação para aquisição de práticas necessárias na atenção primária foi um dos resultados do estudo, o que levou os autores a elaborarem a hipótese de que essa evidência esteja associada às mudanças que vêm ocorrendo nos cursos de Medicina a partir das reformas desencadeadas pelas novas diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em Medicina de 2014.

O estudo concluiu ainda que a Residência em MFC e a titulação nesta especialidade é um fator de expansão do escopo de práticas do médico, no âmbito da ESF. Outra evidência apontada foi que os médicos, de um modo geral, realizam um menor número de atribuições do que declaram serem capazes de fazer. Os profissionais com formação no exterior realizam mais atribuições do que os formados no Brasil, o que sugere uma ênfase maior na Atenção Primária durante o ensino fora do país.

Segundo o pesquisador Roberto Maranhão, o aprofundamento sobre a Medicina da Família e Comunidade é de suma importância para a visibilidade e valorização dessa área, haja vista que ainda há pouquíssimos profissionais se especializando em Atenção Primária à Saúde (APS) e MFC. Roberto relatou também a frustração de perceber o desinteresse político acerca da MFC, enfatizando que os projetos relacionados à área são ignorados pelos gestores, os quais priorizam construções de grandes obras arquitetônicas, mas não em detrimento de investir em uma área fundamental para a ESF, como mostra o artigo publicado.

A pesquisa Campo de Práticas Profissionais e Acesso ao Cuidado na Estratégia Saúde da Família (CAMPESF) investigou o campo e escopo de práticas de médicos, enfermeiros, dentistas e agentes comunitários de saúde, integrantes das Equipes de Saúde da Família e teve como objetivo traçar um perfil acerca do trabalho das EqSF visando aprimorar as práticas desses profissionais, sua integração à equipe e a melhoria do acesso à ESF. Os pesquisadores também ouviram usuários e gestores para identificar expectativas e demandas.  

A CAMPESF também colheu dados para a elaboração de uma escala de avaliação de práticas em Saúde da Família e a construção de ações de educação permanente voltadas aos profissionais da EqSF.

O estudo foi realizado nos municípios de Fortaleza, Tauá, Eusébio e Cruz e integrou o Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão de Saúde (PMA), vinculado à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fiocruz. Por meio do PMA, os achados da Pesquisa CAMPESF foram disseminados junto à sociedade em diversos formatos: artigos científicos, dissertações de Mestrado, exposição fotográfica, exposição de desenhos, vídeos etc.

Acesse aqui o artigo na íntegra:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832020000200216&tlng=pt
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