Pesquisadores do CoVive Social discutem interoperabilidade dos sistemas com a SESA

Fonte: Arquivo Pessoal

18 de abril de 2022

Pesquisadores do grupo LARIISA Saúde Digital estiveram na quarta-feira, 13 de abril de 2022, em reunião na Secretaria da Saúde do Ceará para apresentar a plataforma CoVive Social. O grupo, liderado pela pesquisadora da Fiocruz Ceará e integrante do LARIISA, Ivana Barreto, foi recebido pela secretária executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional, dra. Tânia Mara Coelho e por integrantes da Coordenação de Tecnologia de Informação e Comunicação (Cotic). Servidores do Hospital Geral de Fortaleza, do serviço social e da tecnologia da informação, também participaram da reunião.

A plataforma CoVive Social apoiará a comunicação entre pacientes hospitalizados, suas famílias e a equipe multiprofissional do HGF. O propósito da reunião foi discutir a interoperabilidade dos sistemas e segurança da informação para o pleno funcionamento da Plataforma. A pesquisadora Ivana Barreto ressaltou o compromisso da equipe com a segurança e confidencialidade em consonância com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). 

Informou que a aplicação não utilizará dados clínicos dos pacientes, mas apenas de identificação, contatos dos familiares e da logística interna do hospital. “Coordenamos vários projetos nesse campo da saúde digital. Na Fiocruz temos o sistema de gestão de tecnologias (GESTEC/NIT), possuindo uma proposta padrão de Acordo de Confidencialidade que pode ser adaptada para construir um documento de colaboração interinstitucional com a SESA para o desenvolvimento da aplicação CoVive Social”, enfatizou.

Segundo Ivana Barreto, a proposta é elaborar um acordo, envolvendo a Fiocruz, SESA, e, possivelmente a FunSaúde, compartilhado com a gestão e as equipes de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Trata-se de uma declaração contratual de sigilo entre as partes para garantir a segurança no acesso a dados sensíveis.

A secretária executiva Tânia Mara afirmou que a proposta do CoVive Social é bastante interessante e necessária. Acrescentou que com a integração e acompanhamento das TIC, pode inclusive ser modelo para outras unidades de saúde. “Muito importante essa relação com família, até para minimizar alguns conflitos, porque a informação é muito importante e os ruídos de comunicação são um grande desafio da saúde. A gente se preocupa muito com a questão da segurança e confidencialidade dos dados dos pacientes. Por outro lado, acreditamos que o sistema vai melhorar a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes”.

O profissional de TIC do HGF, Paulo Uchoa, informou que atualmente o sistema de acesso do hospital conversa diretamente com o IntegraSus. Segundo ele, o propósito é contemplar todas as naturezas de visitas, que são identificadas já na portaria do hospital. Também existe a informação sobre quais dessas pessoas o profissional de saúde pode entrar em contato por telefone ou videochamada.

Segundo a assistente social Helaine Maia, a proposta é que essas informações sejam passadas para o aplicativo. “É uma forma de humanizar o acesso e agilizar o atendimento, evitando constrangimento dos usuários e familiares nas portarias. Quando a família se identifica, o serviço social já tem conhecimento e organiza a logística para recebê-lo. Não constam informações clínicas, apenas localização do paciente”, pontuou.

A assistente social Ana Rosa Alves acrescentou que o sistema é eficaz inclusive para respostas a demandas judiciais. “Podemos informar, por exemplo, quem foram os visitantes de determinado paciente em um determinado dia. E também fornecer declaração para as pessoas que estiveram visitando seus familiares para fins trabalhistas”.

O coordenador jurídico da COTIC, Álvaro Maia, solicitou da equipe CoVive uma proposta de planejamento estratégico para que possam ser pensados em conjunto os prazos e entregas prioritárias.

Ficou acertada uma reunião técnica com as equipes de desenvolvimento para operacionalizar essa integração garantindo a segurança e confidencialidade dos dados e a partir daí conseguir avançar na disponibilização da plataforma.

Mais sobre o CoVive Social

Product Owner (P.O.) do CoVive Social, Deivith Oliveira, explicou que o CoVive Social nasceu como uma proposta interdisciplinar, que se utiliza da tecnologia para proporcionar a humanização do acesso aos direitos sociais durante a hospitalização e alta dos pacientes. Para seu desenvolvimento foram realizados estudos etnográficos, entrevistas e sessões de ideia-ação com a equipe multidisciplinar do hospital. O processo de design avaliou as informações de contexto e cenário e validou alguns protótipos com usuários e profissionais. “Nosso foco é gerar valor para esse ecossistema: serviço social, equipe multi, gestores e familiares de pacientes. Todos vão ser beneficiados mutuamente”, afirmou.

O P.O. apresentou também os três pilares fundamentais do projeto: interoperabilidade, acessibilidade e feed backs de avaliação dos familiares dentro da plataforma. Tais diretrizes são transversais a cinco funcionalidades: informações sobre a jornada do paciente dentro do hospital; videochamadas aos familiares, autenticada pelo aplicativo com geração de relatórios de gestão; perfil humanizado e oportunidades de a família fornecer informações para a criação de um prontuário afetivo que potencializa a humanização do tratamento; conteúdos de orientações e acesso aos direitos sociais; gerenciamento da solicitação de laudos e atestados.

Entre os ganhos previstos com a utilização da plataforma CoVive Social estão: diminuir os deslocamentos desnecessários dentro do HGF, expandir atendimento para áreas com baixa cobertura de celular, por meio de internet wifi compartilhada; oferecer informações à equipe multiprofissional para conexão com o paciente; acelerar o processo de desospitalização; apoiar a equipe na demanda de atestados em tempo hábil e coletar a avaliação de uso pelos familiares.

Confira o álbum de fotos do evento no Flickr LARIISA Saúde Digital

 

CoVive Social apresentado à SESA

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