Plataforma GISSA integrará o projeto Linha de Cuidado do câncer de colo de útero da mulher pernambucana
7 de dezembro de 2021
Promovido pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco e Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), o encontro teve como objetivo expor projetos de rastreio organizado, testes de HPV e softwares de monitoramento para a prevenção e cuidado do câncer de colo de útero.
A nova interface do GISSA, a CCU, objetiva a melhoria do padrão de qualidade e cobertura de rastreamento para pelo menos 80% da população de risco, somada à ampliação da cobertura de vacinação contra HPV na população-alvo. A aplicação objetiva a otimização e qualificação da experiência da mulher pernambucana no acesso e uso dos serviços com maior facilidade, comodidade, agilidade, oportunidade e resolutividade, o que acarretará na melhoria dos índices de morbimortalidade por câncer de colo de útero.
Já implantada em municípios de Pernambuco, em sua versão direcionada à Atenção Primária, a plataforma GISSA, centrada na jornada da mulher com câncer de colo de útero, garante também avanços na gestão do rastreamento e seguimento da população alvo com solução tecnológica inteligente, possibilitando a programação de alertas para que profissionais e gestores possam monitorar e agir sobre desfechos-chave, repercutindo no acesso aos serviços e tratamento oportuno. “Esse projeto é inovador, porque além de usar tecnologias inovadoras, pela primeira vez nós estamos estruturando no país a jornada de cuidado do câncer de colo de útero. No Brasil, a cada vinte minutos uma mulher cis é diagnosticada com essa doença que, por sinal, pode ser prevenida significativamente, visto que está associada ao HPV, vírus que já possui vacina imunizante”, falou o coordenador do GISSA CCU, Odorico Monteiro.
Odorico acrescentou que a jornada usuária ou usuário se estrutura a partir da relação dela/dele com as ações e serviços de Promoção, Proteção, Prevenção, Cura e Reabilitação através dos diversos pontos sistêmicos das Políticas de Saúde.
O coordenador de colaboração da Secretaria de Saúde de Pernambuco com a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), projeto no qual o GISSA-CCU está inserido, Mozart Sales, falou sobre o acompanhamento da mulher acerca do câncer de colo de útero antes mesmo de qualquer diagnóstico. “O projeto construirá toda uma narrativa de acompanhamento das mulheres pernambucanas desde de uma possível desconfiança na adolescência até a facilitação do acesso a exames, diagnóstico e tratamento, formando um ciclo fechado de rastreio do câncer por meio de uma intervenção tecnológica”, disse Mozart.
A ginecologista, citopatologista e doutoranda em Gestão Pública pela Fiocruz Pernambuco, Letícia Katz, contou que com a chegada da pandemia, o estado precisou adquirir máquinas de RT-PCR que em algum momento seriam subutilizadas, então a partir disso os profissionais envolvidos na causa do câncer de colo de útero iniciaram a busca por instituições que trabalhassem com a área de Biologia Molecular. O intuito é que esses equipamentos sejam utilizados para testagem da presença do vírus do HPV na paciente, colocando em prática o novo método de rastreio sugerido pela OMS. “Apenas o teste de HPV não é o suficiente, mas nós estaremos dando a possibilidade da autocoleta e com isso estimularemos o autocuidado, dar poder a essas mulheres é revolucionário. Nós pensamos nesse projeto colocando a mulher como centro e com o objetivo de agregar tecnologia ao SUS”, exclamou Letícia Katz.
Esse projeto está sendo desenvolvido por meio de uma parceria da Fiocruz Ceará; da Organização Panamericana da Saúde; da Secretaria de Saúde de Pernambuco; do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira; do Instituto de Biologia Molecular do Paraná; do Laboratório de Imunologia Keizo Azami; da Universidade Nova de Lisboa; da Universidade de Aveiro; da Universidade Federal do Ceará; do Instituto de Medicina Tropical da USP e da Avicena Governança Inteligente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de colo do útero é considerado um grave problema de saúde pública, sendo o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões menos desenvolvidas do mundo. Este tipo de câncer possui alto potencial de cura quando diagnosticado em estágios iniciais.
Mais sobre o GISSA
O GISSA é um sistema que disponibiliza, para gestores de saúde pública informações contextualizadas e em um curto período de tempo. O objetivo é qualificar e facilitar o processo de tomada de decisão. A solução faz isso por meio da coleta de dados que já estão presentes em bases obrigatórias para todos os municípios.
Por meio dela, os gestores municipais podem acompanhar em tempo real e direto no seu celular os indicadores do município, inteligência epidemiológica, inteligência normativa, inteligência administrativa, inteligência da gestão compartilhada, inteligência da gestão do conhecimento e todo o acompanhamento do equilíbrio orçamentário institucional.
Administrada pela Avicena Governança Inteligente e apoiada pelo Instituto Atlântico, a plataforma GISSA realiza coleta automática das bases de dados dos sistemas do Ministério da Saúde: E-SUS, CNES, SIM, SINASC, SI-PNI, SINAN por meio de robôs extratores de dados e analisa essas informações utilizando tecnologias inteligentes, transformando-os em informações integradas, úteis para tomada de decisão nos múltiplos níveis de gestão em saúde.
Por: Liz Siqueira
Conheça o site do GISSA:
https://avicena.in/gissa/
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