Fiocruz Ceará utilizará Método Wolbachia para diminuir a transmissão de arboviroses no Estado
28 de maio de 2021
A Câmara de Inovação, Produção e Empreendedorismo da Fiocruz Ceará recebeu nesta quinta-feira, 27 de maio, o assessor técnico da Vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz (VPPIS), Jorge Costa e o pesquisador da Fiocruz e líder da World Mosquito Program (WMP), Luciano Moreira, para falarem sobre o Método Wolbachia contra arbovirosese a biofábrica de mosquitos no Ceará.
O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. O Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), feito em Yogyakarta, Indonésia, mostra a diminuição de 77% o número de casos de dengue em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas. No Brasil, dados os epidemiológicos apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói – RJ.
O Método é gerenciado pela World Mosquito Program (WMP), uma iniciativa internacional sem fins lucrativos e autossustentável que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos. Até 2019 já somavam mais de 1,3 milhão de pessoas beneficiadas no Rio de Janeiro com o Método Wolbachia. Além do Brasil, também desenvolvem ações do programa países como: Austrália, Colômbia, Índia, Indonésia, Sri Lanka, Vietnã, e as ilhas do oceano pacífico Fiji, Kiribati e Vanuatu.
No Brasil, o Programa é conduzido pela Fiocruz com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais. Atualmente está presente no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE). As ações do projeto no país seguem protocolo aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e se dividem em diferentes etapas.
“Nosso objetivo é substituir a população de Aedes aegypti. A gente não quer acabar com os mosquitos. Eles vão continuar existindo, fazem parte da cadeia ecológica. O que propomos é a substituição do mosquito que é capaz de transmitir doenças por outro que não é”, explica Luciano Moreira.
A bactéria denominada Wolbachia está presente em cerca de 60% dos insetos existentes. Uma vez aplicada artificialmente em ovos do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana, é capaz de reduzir o número de transmissões dessas doenças, visto que a tendência é que os insetos liberados se reproduzam com os locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia e assim diminuam o número de infectados.
Biofábrica, Wolbachia e a Fiocruz Ceará
Atualmente, a coordenadoria Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic), está em processo de elaboração do projeto que servirá de base para a licitação da obra da biofábrica no Ceará. A fábrica será uma empresa privada com participação acionaria da Fiocruz, por meio da Fiotec, e da World Mosquito Program.
Com o recurso total estimado em R$ 12 milhões de reais, a construção completamente automatizada ganhará o título de maior biofábrica do mundo na produção de mosquitos e ovos do Aedes aegypti. “No meu entendimento isso vai proporcionar ao Ceará um protagonismo relevante, porque a região servirá como um eixo de distribuição da tecnologia para o Brasil inteiro. Pode-se dizer que será um ganho quantitativo em função da dimensão da fábrica e da capacidade produtiva e um ganho qualitativo para o governo do Estado”, disse Jorge Costa.
“Sou um grande entusiasta desta tecnologia, será um grande passo para a Fiocruz Ceará. Fico muito feliz de o Ceará também poder ser participante do Método Wolbachia, vamos em frente proporcionar um futuro melhor para o Estado”, finalizou o coordenador da Câmara e pesquisador da Fiocruz, Odorico Monteiro.
Saiba mais sobre a Wold Mosquito Program
Por: Liz Siqueira
Fonte: Arquivo Pessoal
Fonte: Arquivo Pessoal
Fonte: Arquivo Pessoal
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