Vice-presidente de Inovação da Fiocruz ressalta a nacionalização da vacina da Covid-19
23 de fevereiro de 2021
A Câmara de Inovação, Produção e Empreendedorismo recebeu nesta quinta-feira, 18 de janeiro, o vice-presidente de Inovação e Produção em Saúde da Fiocruz, Marco Aurelio Krieger. O convidado falou sobre a resposta da Fiocruz à Pandemia e o processo de nacionalização da vacina contra a Covid-19, previsto para acontecer ainda este ano.
Krieger anunciou que a Fiocruz irá inaugurar já neste primeiro semestre de 2021 uma planta piloto para produção de lotes clínicos. “Esse lançamento permitirá que a Fiocruz estreie no desenvolvimento nacional de vacinas a partir de plataformas tecnológicas colaborando mais ainda com o sistema de inovação em saúde do Brasil”, contou.
O gerente do Programa de Implantação dos Novos Campi do Instituto Bio-Manguinhos, Artur Couto, comentou sobre a rapidez da produção da vacina contra a Covid-19 e questionou se essa agilidade também seria aplicada em outros imunizantes após a Pandemia. “Em menos de oito meses não acontecerá, mas eu não tenho dúvidas de que diminuirá consideravelmente o tempo de produção das próximas vacinas. É necessário que nós usemos essas novas tecnologias para os velhos problemas. Por isso é tão importante a familiarização com as plataformas que nos ajudaram durante a Pandemia”, respondeu Krieger.
Durante a reunião, Krieger relatou os primeiros obstáculos que a pandemia apresentou, ainda em março de 2020. Pôs em destaque as lacunas de conhecimento sobre a resposta imunológica do novo vírus e o desafio tecnológico de escalonamento e antecipação da produção de pesquisas, estudos clínicos e da vacina.
O vice-presidente afirmou que foram colocados em pauta os riscos de não optar pela antecipação imediata da produção de imunizantes e ao final prevaleceu a determinação do investimento em tecnologia para a autossuficiência nacional a vacina contra a Covid-19. “Nós elaboramos uma cuidadosa matriz de análise. Provavelmente, pagar mais caro e tardiamente na aquisição dessas doses, fortalecer o Complexo Industrial da Saúde (CIS) e evitar maiores prejuízos de ordem nacional e econômica ocasionando uma demora no retorno à realidade foram os pontos principais que nos incentivaram a investir na aceleração tecnológica com vistas à nacionalização da vacina”, disse.
No momento da decisão, a pesquisa de Oxford era a de estágio mais avançado no mundo. Outro fator que influenciou na escolha foi a sua plataforma tecnológica que permite ao Brasil a produção e a incorporação tecnológica de todas as etapas da produção da vacina, ou seja, a possibilidade de reaproveitar a infraestrutura já existente em Bio-Manguinhos.
O coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, Paulo Gadelha, tratou das Encomendas Tecnológicas (ETEC), modelo de compra pública que visa contratar um serviço de pesquisa, desenvolvimento e inovação para solução de problema técnico específico. “De fato, esse método é de grande valia para nós e a tendência é apostar com muito mais frequência”, afirmou.
O coordenador da Câmara, Odorico Monteiro, registrou a importância da tomada de decisão da Fiocruz de investir no processo tecnológico da vacina. “Sem dúvida o ano de 2020 ficou para a história e é de grande importância para nós brasileiros sabermos que a Fiocruz mais uma vez está à frente do enfrentamento de uma pandemia, tal como aconteceu em sua criação, há 120 anos”, finalizou.
Cenário atual da vacina AstraZeneca no país
O Instituto Bio-Manguinhos já deu início à produção do imunizante desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Em 10 de janeiro, o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), importado da China, começou a ser descongelado para a fabricação do primeiro lote de validação da vacina contra a COVID-19. A expectativa é que seja entregue o primeiro milhão de doses entre os dias 15 e 19 de março.
Depois disso, a capacidade de envase da produção da Fiocruz está prevista para aumentar para até 1,3 milhões de doses por dia, possibilitando a entrega de 70 milhões de doses até julho de 2021. A incorporação tecnológica para a produção está programada para ser iniciada em abril e consolidada no segundo semestre deste ano.
Mais sobre a vacina
O imunizante da Universidade britânica baseia-se em um adenovírus de chimpanzé. Esse vírus é modificado geneticamente para se tornar incapaz de se multiplicar e de causar infecção em humanos. Mas essa modificação também introduz no vírus uma das principais proteínas do Sars-CoV-2, o causador da Covid-19. Dessa forma, espera-se que o vírus usado na vacina estimule uma resposta celular do sistema imunológico e a produção de anticorpos, gerando uma proteção segura, efetiva e sustentada.
A vacina da Fiocruz em parceria com a Oxford oferece, em média, 76% de eficácia contra reinfecção nos primeiros 3 primeiros meses após a primeira dose e 100% em casos graves da doença.
Os testes da vacina foram trazidos para o país com o apoio da Fundação Lemann. No Brasil, a pesquisa clínica teve início em junho e envolveu a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Para os testes, foram recrutados mil voluntários no Rio de Janeiro e dois mil em São Paulo.
Saiba mais sobre a vacina contra a Covid-19
Saiba mais sobre o Programa Inova Fiocruz
Por Liz Siqueira
Fonte: Arquivo Pessoal
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